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Por que o seu tocador de MP3 torna o metrô lotado mais suportável


Encarar transporte público lotado não é nada fácil. Afinal, todo mundo tem um espaço pessoal que precisa ser respeitado – e como isso dificilmente acontece no metrô às 6h da tarde ou da manhã, ter um estranho fungando na sua nuca ou esmagando seus rins causa aquela sensaçãozinha de desconforto. Mas uma coisa parece ajudar a tornar essa situação mais suportável: pegar os fones de ouvido e ligar o tocador de MP3. Por que isso acontece?

Uma pesquisa do Departamento de Psicologia da Universidade de Londres, publicada recentemente na revista PLoS One, revelou que ouvir música usando fones de ouvido pode alterar os limites do nosso espaço pessoal, tornando-nos mais toleráveis à invasão inevitável de estranhos.

“Esta distância que tentamos manter entre nós e os outros é uma zona de conforto em torno de nossos corpos. Todos sabem onde estão os limites de seu espaço pessoal, mesmo que não possam determiná-los de forma consciente”, explica Manos Tsakiris, um dos autores do estudo. É claro que o espaço pessoal pode ser modificado dependendo da relação que se tem com a outra pessoa – quando é um membro da família ou um parceiro romântico, por exemplo. Mas isso não rola quando se trata de um estranho no ônibus.

Para o estudo, Tsakiris e seus companheiros pediram para os voluntários ouvirem músicas que evocassem sensações positivas ou negativas usando fones de ouvido ou alto-falantes. Ao mesmo tempo, um começou a caminhar em sua direção e eles deveriam mandá-lo parar quando começassem a se sentir desconfortáveis.

Os resultados mostraram que os participantes que ouviram música que evocavam emoções positivas através de fones de ouvido (atenção, vocês que curtem bancar o DJ no transporte público! Só funciona usando FONES DE OUVIDO), permitiram que o estranho se aproximasse mais deles, indicando um encolhimento do seu espaço pessoal.

Na próxima vez em que for encarar o transporte público no horário de pico, já sabe, né? É só colocar aquela música feliz para tocar.


Por Ana Carolina Prado, em Superinteressante.

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