Por Gustavo Sasso.
"Eu realmente não sei se a musica hoje em dia é tão pior que há 30 anos atrás, acho que não e digo que hoje acho até que tem muito mais bandas bem melhores, mas os nomes das bandas são piores com certeza.
Porra, se a gente parar pra prestar atenção, nomes como “Legião Urbana”, “Capital Inicial”, “Nenhum de Nós”, “Barão Vermelho” e outros tantos são muito bons!
Eram nomes com conteúdo. Eram sempre baseados em alguma coisa e/ou queriam dizer alguma coisa em especial e eu quase (eu disse “quase”) não vejo isso hoje.
É que, sei lá, mas infelizmente hoje em dia a galera só dá nome pra banda olhando pro teclado do computador ou pro controle do videogame.
Todos os dias no estúdio eu me deparo com esses nomes. Todos como ScrollLock, CapsLock, Alt+Ctrl+Del, Alt+TAB, Stop/Eject e outros do tipo.
Por exemplo:
1 – Presente em quase todos os encartes de álbum da banda, a frase em latim Urbana Legio omnia vincit (Legião Urbana a tudo vence), adaptação feita por Renato Russo do mote Romana legio omnia vincit (Legião romana a tudo vence), criado pelo ditador Júlio César, tornou-se o lema da banda.
2 – Guto Goffi sugeriu e Maurício Barros concordou que o aviador alemão Manfred von Richthofen, principal inimigo dos Aliados na Primeira Guerra, batizasse o grupo com seu codinome: Barão Vermelho.
Viram? Esse tipo de manifestação artística não sai da cabeça da maioria dos músicos de hoje em dia, principalmente daqueles que vendem muito e tem muitos plays no myspace e isso deve ter um motivo além da banalização do rock n’ roll e todo aquele mimimi de sempre. Eu acho que é o tempo que estamos passando na frente do computador.
Manolos, a inclusão digital é muito legal. O acesso à informações é gigantesco, quase infinito, e eu acho ruim as bandas se limitarem a uma camada superficial de informação como essa.
A internet e suas facilidades deveriam ser um aliado foda para que o som (e os nomes) das bandas novas fosse melhor. Quero dizer, deveria ajudar as bandas a conseguirem informações pra deixar o som melhor, mas pra maioria parece que não ajuda e no fim das contas, o resultado é esse: letras superficiais e arranjos baseados em bandas gringas tão mau influenciadas quanto as nacionais. Ciclo ruim. Muito ruim.
Na internet sempre dá pra que dá pra baixar filmes e livros legais de graça, conhecer gente interessante, ouvir bandas boas, buscar influência em tudas essas coisas e limitar esse aceso à twitter/orkut/facebook/skype/msn é burrice e infelizmente essa burrice afeta não só os nomes, mas a musicalidade das bandas que vendem muitos discos hoje em dia.
Muitas bandas ainda tem isso, e nesse post todo eu só me referi aos NOMES das bandas e não à qualidade musical delas. Mas eu realmente queria ver alguma dessas bandas atuais com bons nomes vender tantos discos como essas outras com nomes ridículos.
Até a próxima!"
Texto retirado do blog Sanidez, cedido pelo autor.
http://sanidez.wordpress.com/2011/01/31/o-nome-da-banda-importa/
Porra, se a gente parar pra prestar atenção, nomes como “Legião Urbana”, “Capital Inicial”, “Nenhum de Nós”, “Barão Vermelho” e outros tantos são muito bons!
Eram nomes com conteúdo. Eram sempre baseados em alguma coisa e/ou queriam dizer alguma coisa em especial e eu quase (eu disse “quase”) não vejo isso hoje.
É que, sei lá, mas infelizmente hoje em dia a galera só dá nome pra banda olhando pro teclado do computador ou pro controle do videogame.
Todos os dias no estúdio eu me deparo com esses nomes. Todos como ScrollLock, CapsLock, Alt+Ctrl+Del, Alt+TAB, Stop/Eject e outros do tipo.
Por exemplo:
1 – Presente em quase todos os encartes de álbum da banda, a frase em latim Urbana Legio omnia vincit (Legião Urbana a tudo vence), adaptação feita por Renato Russo do mote Romana legio omnia vincit (Legião romana a tudo vence), criado pelo ditador Júlio César, tornou-se o lema da banda.
2 – Guto Goffi sugeriu e Maurício Barros concordou que o aviador alemão Manfred von Richthofen, principal inimigo dos Aliados na Primeira Guerra, batizasse o grupo com seu codinome: Barão Vermelho.
Viram? Esse tipo de manifestação artística não sai da cabeça da maioria dos músicos de hoje em dia, principalmente daqueles que vendem muito e tem muitos plays no myspace e isso deve ter um motivo além da banalização do rock n’ roll e todo aquele mimimi de sempre. Eu acho que é o tempo que estamos passando na frente do computador.
Manolos, a inclusão digital é muito legal. O acesso à informações é gigantesco, quase infinito, e eu acho ruim as bandas se limitarem a uma camada superficial de informação como essa.
A internet e suas facilidades deveriam ser um aliado foda para que o som (e os nomes) das bandas novas fosse melhor. Quero dizer, deveria ajudar as bandas a conseguirem informações pra deixar o som melhor, mas pra maioria parece que não ajuda e no fim das contas, o resultado é esse: letras superficiais e arranjos baseados em bandas gringas tão mau influenciadas quanto as nacionais. Ciclo ruim. Muito ruim.
Na internet sempre dá pra que dá pra baixar filmes e livros legais de graça, conhecer gente interessante, ouvir bandas boas, buscar influência em tudas essas coisas e limitar esse aceso à twitter/orkut/facebook/skype/msn é burrice e infelizmente essa burrice afeta não só os nomes, mas a musicalidade das bandas que vendem muitos discos hoje em dia.
Muitas bandas ainda tem isso, e nesse post todo eu só me referi aos NOMES das bandas e não à qualidade musical delas. Mas eu realmente queria ver alguma dessas bandas atuais com bons nomes vender tantos discos como essas outras com nomes ridículos.
Até a próxima!"
Texto retirado do blog Sanidez, cedido pelo autor.
http://sanidez.wordpress.com/2011/01/31/o-nome-da-banda-importa/
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